terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cachoeira - Ópera da Cidade em Dó Maior

11o  Movimento:

Triste Cidade - amargo gosto de abandono...
Nas tuas ruas, as sombras de outrora
ainda me faz sonhar
sobre coisas que nunca ví.

Ah !!  se teu fulgor revivesse agora
não sentirias frio nem sofrerias...
Cidade minha, todo dia
caminharia nas tuas ruas
feliz e silencioso...



..................


12o  Movimento:

Buscar essas tantas coisas que se vê por aí,
buscar  teus passos seculares
nestas calçadas ja de tantos sóis...
Buscar essas tantas mágoas
jogadas nestas paredes frias
velhas, esquecidas e mudas
estas tristes paredes a sós,
amargas e serenas....

A minha busca infinita
nas ruas de Cachoeira...
Aqueles heróis esquecidos
que a ninguém transforma...
e esta minha tese de poder crer
buscando ingenuamente o passado...

Buascar estas soberbas glórias,
esses estremecidos gritos
desvendando liberdades...
Buscar este rio plainando calmo
correndo a esmo, impassível
de século a século...
E estas noites tão longas ,
Cachoeira não quer acordar!
Ja não há mais luz,
todos se fecharam impotentes
como se alí a vida  morresse...

Buscar imágens que não se repetem,
termos que ja não usam,
pedidos que ja não fazem,
juras que ja perderam a razão,
promessas  que ja perderam o sentido...
Tudo está sendo engolido pelo tempo
e nada se constrói !
É que o sol da manhã
só faz esta gente  abrir a janela
numa última tentativa de existir...

Onde buscar os designios da luta ?
onde buscar  o porquê  da desventura ?
onde ?
Por onde andarão os heróis
que jamais retornaram ?
Por onde andarão os intelectuais
que jamais reviveram?
Por onde andarão aqueles tantos braços fortes ?
aquela vontade  de todos os antepassados,
onde ficou ?  onde ?
Morreu no braço impávido
onde a velha Cachoeira se decria
sem se aperceber da morte....

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