Ouço os fogos
a espoucar
e ja não tenho coragem
de explodir!
Acho que me esquecí
ou pelo menos, finjo.
Se não mais existes
qual o encanto
dos clarões noturnos ...?
Chuva de prata,
dos perigos...
Por quem mostrar valentia
e encarar o risco
de queimar as mãos ?
Se não mais existes,
qual o sentido
das fogueiras, da madeira ardendo
e o calor do braseiro,
se não mais existes ?!
Qual a alegria
de anoitecer - 23 de junho,
se ja não chegas
com o pacote imenso
e ja não repartes
ás mãos cheias
a transbordar de fogos ?
Agora o dia
que eu mais esperava no ano
me parece igual aos outros...
Ja não é especial
morreu-me o disparar
do coração desabrido,
o son junino nos ouvidos,
o gosto da canjica e bolo,
da cana e do milho,
e o sabor sem igual
do licor escondido...
Morreu-me as luzes do céu,
o balão perdido,
moreu-me tudo...
Sinto o cheiro da pólvora
entranhante e vivo
e te vejo sorrindo....
promessas, folguedos
e me vejo feliz
jogandop "cobrinhas"
a reus pés imóveis...
De Iza Lobo - por volta dos idos de 1990
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
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