Com todo amor é que volto a escrever.
As vezes me desanimo. O acúmulo de preocupações que me confunde muito, faz faltar-me as idéias.
Mas, o incentivo de Iza que me pede para não deixar de escrever, me dá força e emoção, e retorno a rabiscar aquilo que se passa no meu interior.
E assim começo...
Quando moça, sadia, forte e cheia de esperânça no futuro, trabalhando como funcionária dos Correios onde trabalhei por 28 anos, ao encerrar mais um dia de trabalho, chegando em casa. após seis horas de labor, o lar para mim era um verdadeiro paraíso.
Imaginemos a cena:
Na tradicional mesa forrada de fórmica vermelha, tendo em cada lado um banco de madeira, sentado á cabeceira, o mei inesquecível Nelson. Lembro-me que eu nunca sentava. Servia a todos em volta da mesa e assim ficava sempre por último. Via diante de mim os rostos alegres dos meus 14 filhos, do meu querido companheiro.
Trocando sorrisos cheios de amor e carinho, relatávamos uns aos outros os acontecimentos do dia a dia. Depois surgiam as célebres anedotas, história geral e muitas coisas importantes para aqueles garotos e as meninas que boquiabertos escutavam o Papai tão dedicado aos filhos.
É nessa hora que ficamos livres de todo o peso sobre os nossos ombros, e eu me sentia consolada, reconfortada e curada do cansaço de um dia inteiro de trabalho, graças ao ambientede liberdade e descontração. As palavras carinhosas dos meus familiares era o alimento que revigorava nosso corpo. Esse era o quadro de um lar feliz ! Não havia televisão e o tempo sobrava para a reunião familiar. E como era importante a presença dos pais diariamente com os seus ensinamentos!
Os anos passam, enrruga o rosto, renuncia ao ideal e erruga a alma.
As preocupações , as dúvidas, os temores, os desesperos e as decepções são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos torna pó antes mesmo da morte. Ser jovem é aquele que se admira, que se maravilha, que desafia os acontecimentos e encontra alegr no jogo da vida.
Somos tão jovens quanto a nossa fé, tão velho quanto o nosso desânimo...
Se algum dia o meu coração for atacado pelo peso dos anos, pela tristeza, pelo desãnimo, pedirei a Deus que leve a tristeza de mim e não entregue mais a ninguém, e , que Deus se compadeça da minha alma de velho...
Odete Fraga Lobo
1992.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
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