Quarto movimento.
Nas praças, a letargia tumular
de quem ja cedeu a vida...
Ja não há colibrís coloridos
voando na avenida
ladeada de jardins...
Agora, no "Faquir " goteja
o orvalho entristecido...
E os sobrados seculares
empoeirados, envelhecidos
como espéctros sombreiam
os becos esquecidos...
Um rio sonolento e calmo
renitente, moteja sombrio...
Carcaças de antigos saveiros,
negros velhos canoeiros
ainda sonham ás margebs do rio...
É a sombra da desgraça
que por alí desceu...
é o sonho de toda gente
que naquelas margens morreu...
E agora, funesto destino
toda a Cidade enlutou
e a beleza que remanescia
a miséria sepultou...
Quem vê a Cidade assim
vergastada pelo tempo,
sente na pele o arrepio
do frio úmido do vento...
estremece sem esperança,
queda-se em torpor
e na solidão se remança
dominada pelo horror...
Acorda Cidade ! acorda !!
deste sono secular ...
Acorda ! desfaz o frio leito
d'onde foste dormitar...
Ergue-te do sepulcro
prá tí não é insulto
em tal leito se acomadar ?
Paulo Lobo
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário