Sábado passado, na casa do mano Cacai, após o almoço e de barriga cheia, em hora de cesta na vasta varanda, eu, Cacai, Yuri, Gabriel e Marcus Lobo discorría-mos entre outros temas , o que nos trás ou dá felicidade. Logicamente, não houve concordância. As divergências de idéias e entendimentos foi o que predominou. Ganhou ênfase e maior ocolhimento a tese defendida por Cacai que cada pessoa tem o direito de buscar sua propria felicidade, fazendo aquilo que gosta sem se importar com preceitos ou dógmas sociais. A vontade pessoal ou instintiva deverá se sobrepor a qualquer tipo de sacrifício ou diciplina. Citou exemplos de pessoas que na busca do prazer ou tomado de paixão, se entrega a eles sem pensar ou dar importâncias a possiveis decepções ou sofrimentos futuros. O que vale é a satisfação do agora. Eu fui o pomo da discórdia desta tese. Fui voto vencido.
Durante a semana, muitas vezes refleti sobre o tema. Avivei leituras e memórias, vislumbrei exemplos, ponderei sobre conclusões e aconselhamentos...
O tema felicidade e como ser feliz é extremamente profundo e complexo. É um dos pilares da filosofia. Ha milhares de anos que filósofos, penssadores, cientistas e escritores de todo naipe, se debruçam sob o tema.
Ha muitos anos , eu, pessoalmente, busco incessantemente respostas e afirmações sobre a minha própria felicidade . As vezes penso me aproximar , outras me debato em dúvidas. Entretanto, no geral, ja consigo adotar e firmar alguns conceitos que julgo importantes e a partir deles , na prática, tem me trazido resultados que considero bons, muito bons para mim.
Do debate de muitos pensadores e filósofos, tenho firmado e adotado conceitos sobre felicidade, que unidos e abraçados, deixam parir um caminho absolutamente fértil para o bem estar pessoal, que na essência é a felicidade que todos buscamos.
Há anos atrás adotei como paradígma básico ensinamento do célebre filósofo alemão Shopenhauer : - "Felicidade é ausência de conflito". Discorre o filósofo, que o homem é gradualmente mais feliz na exata inversão das situações de conflito. Quanto menos conflito menos infeliz o homem seria. Para ele não existe felicidade porque esta so seria possível com a ausência total do conflito e tal condição é de todo impossível ao homem, em razão de sua propria natureza.
Passei então a buscar incessantemente diminuir ás áreas de comflitos interpessoais, sociais, empresariais e profissionais e mais intimamente os de natureza estritamente pessoal.
Observei nos meus estudos e leituras, que quase a totalidade dos filósofos, pelo menos os que lí e leio, tem por base para a felicidade o conhecimento de sí proprio. O auto conhecimento, efetivamente é o primeiro caminho para a maior de todas as conquistas - a felicidade.
Lá atrás , o Imperador Romano Marco Aurélio, pai do desnaturado imperador Cômodo, que morreu no ano de 180 depois de Cristo ensinava: " Bastar-se a si mesmo. Ter serenidade." Mais atrás ainda, em atenas , antes de Cristo, Epicteto ensina que o auto conhecimento pode levar ao domínio das paixões e emoções e é necessário que se harmonize com conhecimento da natureza.
Aprendí depois que o auto conhecimento, deriva do conhecimento das emoções que todo ser humano possui. Inicialmente temos que ter conhecimento e analizar as nossas proprias emoções, para determinar o grau de intensidade de cada uma. São tantas emoções ( como diria hodiernamente Roberto Carlos). Amor e ódio, gratidão e inveja, generosidade e avareza, perdão em rancor, cólera e serenidade, tolerância e ansiedade , paixão e bem querer , compaixão e maldade, raiva e carinho, pena e desprezo, entre outros sentimentos subdivididos e embrulhados num amaranhado gigantesco. Descobri que cada pessoa humana possui em comum todas as emoções citadas, entretanto, de forma intrigante e engenhosa, o grau de intensiidade é diferenciado uma da outra. Por tal razão as pessoas são diferentes na sua forma de ver, sentir, pensar , sonhar, amar, odiar etc. Por isso não existem duas pessoas iguais,. Por isso existem pessoas melhores e piores. O certo, entretanto, por tais razões, ouso afirmar , é que não existem pessoas totalmente boas nem pessoas totalmente más.
Para compreender melhor e refletir sob tal situação, me debrucei cotidianamente sobre leitura dos grandes filósofos e pensadores de todas as épocas a partir de Confúcio, Epicteto, Platão e por consequência Sócrates , Marco Aurélio, Aristóteles, Spinoza, Rousseau, Shopenhauer, Voltaire, Descartes, Montaigne, Nietzsche, Humberto Rohden, Gandhi ( os mais importantes para mim) e hodiernamente Mandela , Michael J. Sandel e Augusto Cury, que apresentam explicações com base científicas a partir dos ensinamentos de observações empíricas e metafísicas dos filósofos antigos .
Com fulcro no que aprendí e observei, em mais de vinte anos dedicados a leitura de filosofia e observações pessoais, entendo atualmente, que a felicidade se aproxima totalmente do domínio das paixões e da emoção. Para tanto é necessário que se faça sacrifícios pessoais. A busca da moderação que é a eliminação de todo tipo de exagero , vício e paixão, exige sacrifício e controle da vontade e da ansiedade, que são elementos naturais no ser humano. O que Gandhi ensina a respeito, é extremamente salutar: en outras palavras , o sacrifício de agora, resultará no bem estar de amanhã. E a felicidade nada mais é que uma prolongada sensação de bem estar.
Portanto, o encontro habitual com o bem estar, exige do ser humano o domínio das paixões e dos vícios, o que muitas vezes exige grandes sacrifícios. Para se adquirir a serenidade , a moderação, necessáriamente, terá que ser como Mandela - Capitão de sí mesmo.
Por tais motivos, ouso discordar de Cacai. Uma pessoa que perde o controle sobre sí mesmo, a ponto de dar asas a sua vontade imediata e a seus impulsos de paixão, tende a ferir-se e ferir alguém. Ninguem pode ser feliz, se em nome de uma paixão, um vício ou uma vontade imediata incontrolável, fere a sí mesmo e consequentemente outras pessoas .
Paulo Lobo
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
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