quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Construindo a felicidade - Reflexões filosóficas - Parte I

Sábado passado, na casa do mano Cacai, após o almoço e de barriga cheia,  em hora de cesta na vasta varanda, eu, Cacai, Yuri, Gabriel e Marcus Lobo discorría-mos entre outros temas , o que nos trás ou dá felicidade.   Logicamente, não houve concordância.   As divergências de idéias e entendimentos foi o que predominou.  Ganhou ênfase e maior ocolhimento a tese defendida por Cacai  que  cada pessoa tem o direito de buscar sua propria felicidade, fazendo aquilo que gosta sem se importar com preceitos ou dógmas sociais.   A vontade pessoal ou instintiva deverá se sobrepor a qualquer tipo de sacrifício ou diciplina.   Citou exemplos de pessoas que na busca do prazer  ou tomado de paixão, se entrega a eles sem pensar ou dar importâncias a possiveis decepções ou sofrimentos futuros.  O que vale  é a satisfação  do agora.       Eu fui o pomo da discórdia desta tese.   Fui voto vencido.

Durante a semana, muitas vezes refleti sobre o tema.  Avivei leituras e memórias, vislumbrei exemplos, ponderei sobre conclusões e aconselhamentos...

O tema felicidade e como ser feliz é extremamente profundo e complexo.   É um dos pilares da filosofia.    Ha milhares de anos que filósofos, penssadores, cientistas e escritores de todo naipe, se debruçam sob o tema.  

Ha muitos anos , eu, pessoalmente, busco incessantemente respostas e afirmações sobre a minha própria felicidade .  As vezes penso me aproximar , outras me debato em dúvidas.   Entretanto, no geral,  ja consigo adotar e firmar alguns conceitos que julgo importantes e a partir deles , na prática, tem me trazido resultados que considero bons,  muito bons para mim.

Do debate de muitos pensadores e filósofos,  tenho firmado e adotado conceitos sobre felicidade, que unidos e abraçados, deixam parir um caminho absolutamente fértil para o bem estar pessoal, que na essência é a felicidade que todos buscamos.

Há anos atrás adotei como paradígma básico ensinamento do célebre filósofo alemão Shopenhauer : - "Felicidade é ausência de conflito".     Discorre o filósofo, que o homem é gradualmente mais feliz na exata inversão das situações de conflito.  Quanto menos conflito menos infeliz o homem seria.  Para ele não existe felicidade porque esta so seria possível com a ausência total do conflito e tal condição é de todo impossível ao homem, em razão de sua propria natureza.

Passei então a buscar incessantemente diminuir ás áreas de comflitos interpessoais,  sociais,  empresariais  e profissionais e mais intimamente os de natureza estritamente pessoal.

Observei nos meus estudos e leituras,  que quase a totalidade dos filósofos, pelo menos os que lí e leio, tem por base para a felicidade  o conhecimento de sí proprio.  O auto conhecimento,  efetivamente é o primeiro caminho para a maior de todas as conquistas - a felicidade.      

Lá atrás , o Imperador Romano Marco Aurélio, pai do desnaturado imperador Cômodo, que morreu no ano de 180 depois de Cristo  ensinava:   " Bastar-se a si mesmo. Ter serenidade."    Mais atrás ainda, em atenas , antes de Cristo, Epicteto ensina que o auto conhecimento pode levar ao domínio das paixões e emoções e é necessário que  se harmonize com conhecimento da natureza.

Aprendí depois que o auto conhecimento, deriva do conhecimento das emoções que todo ser humano possui.   Inicialmente temos que ter conhecimento e analizar as nossas proprias emoções,  para determinar o grau de intensidade de cada uma.   São tantas emoções ( como diria hodiernamente Roberto Carlos).   Amor e ódio, gratidão e inveja, generosidade e avareza,  perdão em rancor,  cólera e serenidade, tolerância e ansiedade , paixão e bem querer ,  compaixão e maldade,  raiva e carinho, pena  e desprezo,  entre outros sentimentos subdivididos e embrulhados num amaranhado gigantesco. Descobri que cada pessoa humana possui em comum todas as emoções citadas, entretanto, de forma intrigante e engenhosa, o grau de intensiidade é diferenciado uma da outra.    Por tal razão as pessoas são diferentes na sua forma de ver, sentir, pensar , sonhar, amar, odiar etc.    Por isso não existem duas pessoas iguais,. Por isso existem pessoas  melhores e piores.  O certo, entretanto, por tais razões, ouso afirmar ,  é que não existem pessoas totalmente boas nem pessoas totalmente más.

Para compreender melhor e refletir sob tal situação, me debrucei cotidianamente sobre leitura dos grandes filósofos e pensadores de todas as épocas  a partir de Confúcio,  Epicteto,  Platão e por consequência Sócrates , Marco Aurélio,  Aristóteles, Spinoza,  Rousseau,  Shopenhauer, Voltaire, Descartes, Montaigne, Nietzsche, Humberto Rohden,  Gandhi ( os mais importantes para mim)  e hodiernamente Mandela ,  Michael J. Sandel  e  Augusto Cury, que apresentam explicações com base científicas a partir dos ensinamentos de observações  empíricas e metafísicas dos filósofos antigos .

Com fulcro no que aprendí e observei, em mais de vinte anos dedicados a leitura de filosofia e observações pessoais,  entendo atualmente,  que a felicidade se aproxima totalmente do domínio das paixões e da emoção.   Para tanto é necessário que se faça sacrifícios pessoais.    A busca da moderação que é a eliminação de todo tipo de exagero ,  vício e paixão, exige sacrifício e controle da vontade  e da ansiedade, que são elementos naturais no ser humano.   O que Gandhi ensina a respeito, é extremamente salutar:  en outras palavras , o sacrifício de agora, resultará no bem estar de amanhã.  E a felicidade nada mais é que uma prolongada sensação de bem estar.

Portanto,  o encontro habitual com o bem estar, exige do ser humano o domínio das paixões e dos vícios, o que muitas vezes exige grandes sacrifícios.    Para se adquirir a serenidade ,  a moderação,  necessáriamente, terá que ser como Mandela -  Capitão de sí mesmo.

Por tais motivos, ouso discordar de Cacai.    Uma pessoa que perde o controle sobre sí mesmo, a ponto de dar asas a sua vontade imediata e a seus impulsos de paixão,  tende a ferir-se e ferir alguém.   Ninguem pode ser feliz,  se em nome de uma paixão, um vício ou uma vontade imediata incontrolável, fere a sí mesmo e consequentemente  outras pessoas . 

Paulo Lobo   

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