terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ÒPERA DE CACHOEIRA EM DÓ MAIOR

QUINTO MOVIMENTO


Na fronte lívida desta gente
espelha refletida a velhice....
no peito, um gemido pungente,
nas têmporas, uma prematura calvice...
Foi o tempo que passou
sem poder se renovar,
foi o tento que a matou
impiedoso, cruel, singular...

São os olhos ja sem luz
que ja não pode enxergar...
Cristo !  renasce, decei da cruz
Vai esta gente salvar...

Houve épocas na Cidade,
em seus becos, nas praças , nas ruas
via-se mocidade vibrante
existiam esperânas nuas...
Hoje, dormita impotente
sob um sol entristecido
como eco, um gemido cortante
como sangue, um peito sofrido...

São as dores se espalhando
nas águas turvas do rio,
é a tristeza matando
a docura  do estio...

Quem vê a Cidade assim
abandonada, velha, esquecida
quem ousaria lembrar
seus primeiros anos de vida ?
E a dor me corróe o peito
al ver tantas ruínas...
e o trempo, cruel algoz
à espreita , nas suas esquinas...

Acorda velha Cidade
mata o silêncio mordaz !
Revive mocidade, revive
no pranto que o poeta trás !

Paulo Lobo

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